quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ao mestre "Malandro"


"Eu já ando injuriado, ô xará
Meu salário defasado,
Meu povo todo esfomeado
E ainda é intimado a votar "

Há quem credite a esse personagem ímpar da nossa cultura a imagem de malandro, um músico que buscava em suas letras chegar ao tal do "sambandido" termo dado, claro, por aqueles que, certamente, não entendiam ou se negavam a ouvir a voz do povão dos morros carioca.

Muito mais do que um simples porta voz das periferias , Bezerra, através de suas letras audaciosas e provocativas mostrava ao Brasil a realidade que muitos até hoje insistem em não enxergar. Quando perguntado se ele sentia-se incomodado por ser taxado de Malandro, apenas deu mais uma de suas alfinetadas dizendo: "O verdadeiro Malandro acorda cedo pra trabalhar por que não tem disposição pra puxar um gatilho" , por essas palavras fica claro a intenção que o mestre Bezerra tinha ao compor, era a intenção de passar a imagem da vida daqueles humildes trabalhadores que, seja com chuva ou com sol, são obrigados a acordar cedo e viver a sua vida e apenas a tentam da maneira mais digna possível
O descaso do estado para com os mais humildes lhe despertava uma grande ira, a critica aos políticos brasileiros era cada vez menos discreta, não por acaso Bezerra foi preso duas vezes e os motivos até hoje não são muito claro. "Candidato Caô Caô" e " Assombração de Barraco" traduzem bem a imagem que ele tinha da grande maioria dos "bicho feroz" engravatados que até hoje gerem o nosso país.

Bezerra era fã assumido de um outro malandro, o malandro paulista Adoniran Barbosa, que também escrevia seus sambas no intuito de atingir o povo mais simples e excluído.

De morador de rua a um dos mais consagrados interpretes e compositores do samba brasileiro, Bezerra preservou suas origens, fez questão de continuar no morro e fiel a sua ideologia até o ultimo segundo de sua vida, Bezerra deixou os morros carregados no dia 17/01 de 2005, seus vizinhos e amigos diziam que até na hora de sua partida Bezerra foi Malandro, esse foi o 171 que mais marcou a história do povo que, através das letras desse interprete se expressavam, Bezerra era apenas um, mas sua voz se multiplicava, era a identidade de uma nação, uma nação esquecida que até hoje procura por uma pátria mãe gentil.

domingo, 23 de março de 2008

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Hoje resolvi entrar nessa de bloqueiro ,vamos ver até quando irei manter isso atualizado..
Pretendo usar esse espaço para diversos fins,no intuito de expressar desde um fato corriqueiro que por ventura possa me acontecer no dia a dia até mesmo textos reflexivos relativos à assuntos sobre politica,econômia e ciência.

Por enquanto é isso...
Logo adicionarei um primeiro texto,pois esse é somente uma "abertura" para mais essa nova aventura desse vagante que vos fala.